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11/04/2024

Pesquisadores do Cedeplar participam de Painel sobre Mineração em Harvard

Local: Harvard School of Public Health

Horário:

A coordenadora do GEESC, Mônica Viegas, apresentou em Harvard o evento “Extrativismo Predatório: As Maiores Catástrofes de Mineração do Brasil em um Contexto Global” nos dias 11 e 12 de abril de 2024, com foco nos desastres ambientais e humanitários resultantes de rompimentos de barragens de rejeitos de mineração. Os destaques foram os desastres da barragem de Fundão, operada pela Samarco, em 2015, e da barragem Córrego do Feijão, da Vale, em 2019, ambos em Minas Gerais. Estes incidentes representam lutas em curso para as comunidades brasileiras, especialmente em Minas Gerais, que enfrenta várias barragens de alto risco. O evento abordou as causas dessas catástrofes, seus impactos contínuos nas comunidades locais e os desafios enfrentados no processo de reparação.

 

Nas fotos, Andresa Rodrigues e Alexandra Andrade, representantes da associação das vítimas de Brumadinho AVABRUM, e Mônica Santos, atingida pela tragédia do rompimento do Fundão em Mariana, líder da comissão de atingidos no processo de reparação.

No seminário promovido pelo David Rockefeller Center for Latin American Studies, a professora Mônica Viegas teve a oportunidade de apresentar o trabalho realizado pelo GEESC para mensurar as perdas de qualidade de vida associadas à saúde devido ao rompimento da barragem do Fundão. Os principais resultados do estudo mostram perdas catastróficas de saúde: aproximadamente 74 % dos atingidos sofreram alguma perda de qualidade de vida relacionada à saúde e, dentre aqueles que perderam, a perda média foi de 27%. Em geral, os principais problemas de saúde se relacionam a ansiedade e depressão, dor e desconforto, evidenciando as doenças mentais como um dos principais eventos adversos devido aos acidentes tecnológicos. Como as perdas foram aferidas três anos após a tragédia, os resultados apontam problemas de saúde permanentes para os atingidos.

 

Com o seminário, Harvard mostra para o mundo a importância de se repensar a atividade predatória da mineração que já teve como consequências tanto a perda de vidas como a degradação de forma definitiva do meio ambiente. Os painéis foram organizados para que a comunidade possa através dos relatos dos próprios atingidos, membros da justiça e academia ouvir as diferentes vozes relacionadas à tragédia. O seminário traz um formato novo de interação academia/comunidade para juntos ampliarem as vozes que denunciam essas atividades.

O GEESC tem muito orgulho de poder participar desse debate.

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